DEUS SABE

 * Amilton Alvares

Se perguntar para os humildes de espírito, para os que choram, para os mansos, misericordiosos, para os que têm fome e sede de justiça ou qualquer daqueles mencionados no Sermão do Monte (Mateus 5), certamente eles dirão: É claro que Deus sabe. Se perguntar para uma criança é possível que ela diga: Deus sabe tudo. Se perguntar para um sábio, não podemos prever qual será a resposta, porque tem gente que pensa que sabe mais do que Deus. Talvez por isso a Bíblia diz que “a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós que somos salvos, poder de Deus (1 Coríntios 1:18). E no mesmo contexto, Deus diz que destruirá a sabedoria dos sábios (1 Coríntios 1:19).

Ele (Deus) é a sabedoria suprema, infinita e absoluta. Mas há quem afirme que Deus não toma conhecimento do nosso cotidiano, não se ocupa dos nossos pequenos problemas, nem se importa com problemas relativos a habitação, alimentação, vestuário, educação, transporte, divertimentos. Segundo esse pensamento, Deus não se importa com coisas pequenas.

Consta que, um filósofo inglês escreveu um tratado para provar que o universo é uma máquina autossuficiente, sujeita a leis que lhe asseguram um desenvolvimento próprio. O universo seria uma “máquina” que funciona sozinha. Com esse pensamento estão, de um modo geral, todos os deístas, para quem Deus fez com o mundo o que o relojoeiro faz com o relógio: depois de construir tudo , dá lhe corda e deixa-o trabalhar sozinho. É como se Deus deixasse tudo no ritmo da música do Zeca Pagodinho — “Deixa a vida me levar, vida leva eu”.

Dentro dessa mentalidade é que se pode entender a ideia que a antiga população de Creta fazia de Júpiter, que era ali representado por uma estátua sem ouvidos, pois os seus moradores reputavam por absurdo que ele se dispusesse a ouvir as lamúrias humanas.

Jesus ensinou de maneira diferente da que aprenderam os gregos de Creta. Para Ele (Jesus), Deus sabe tudo. Esse ensinamento está registrado no Evangelho de Mateus: “De certo vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas”. (6:32).

Mas, que coisas? As mencionadas no versículo anterior: “Não andeis, pois, inquietos dizendo: que comeremos ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?” Em suma, Deus sabe o que precisamos para comer, beber ou vestir. Deus sabe tudo o que precisamos e muito mais.

Nessa passagem bíblica, Jesus foi didático. Começou por mostrar que Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, alimentando aquelas e a estes, vestindo-os de rara beleza.

Jesus disse que existe uma providência para a vida miúda do universo, que se mostra ali tão sábia como quando preside à conservação dos seres de maior porte. Fazendo essa observação, Jesus estabelece uma coerência rigorosa, porque o que Ele disse também não escapa dos olhos do cientista desarmado de preconceitos. Pasteur, famoso bacteriologista francês do século passado, confessou, certa vez, que quanto mais estudava mais a sua fé se fortalecia.

Daí, Jesus pode concluir que se Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, há também de cuidar de nós. Se Deus cuida daquilo que é menos importante, há de cuidar daquilo que é mais importante. Se cuida das aves e das plantas, com mais forte razão há de cuidar dos homens e das mulheres.

O motivo é declarado pelo próprio Jesus de Nazaré: “Não valeis vós muito mais do que elas?”. Aves e plantas não trabalham nem ceifam. Mas o homem trabalha e produz porque é um ser dotado de inteligência, atributo que não possuem os demais inquilinos deste planeta.

E mais: há uma relação de parentesco espiritual entre o homem e Deus. Relação de pai para filho: “Vosso Pai Celestial sabe”. O homem é racional e também espiritual, na ampla significação deste termo. Está ligado a Deus, mas nem sempre consegue discernir as coisas espirituais.

Como pode Deus esquecer-se do homem e cuidar só do resto?

A lição de Jesus é de uma lógica contundente e não pode ser contestada. Ele afirma que Deus sabe do que necessitamos (Mateus 6:32).

Lição do fatalismo: o homem é um produto do seu destino. Ele será o que tiver de ser. O que tem de acontecer acontece mesmo. Tudo se reduz a uma questão de boa ou má estrela.

Lição do casualismo: o homem é um produto das circunstâncias. Um joguete dos ventos da vida. Um fragmento de cortiça ao sabor das ondas.

Lição de Cristo: Deus sabe e cuida da gente como eu e você. Deus está escrevendo a sua história com os homens e ama o pecador arrependido, tanto que já providenciou um Salvador (Jesus de Nazaré).

Honestamente, preferimos a lição de Cristo. Nele a gente pode confiar!

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este artigo: ALVARES, Amilton. DEUS SABE. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 053/2014, de 20/03/2014. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2014/03/20/deus-sabe/. Acesso em XX/XX/XX, às XX:XX.

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Ricos, Inteligentes e Sábios; e os Pobres em espírito.

* Amilton Alvares

Está escrito: “Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a sabedoria dos inteligentes.” O texto da 1ª Carta de Paulo aos Coríntios (1:19) reporta-se ao texto do profeta Isaías que diz: “Deixarei atônito esse povo com maravilha e mais maravilha; a sabedoria dos sábios perecerá e a inteligência dos inteligentes se desvanecerá” (Is. 29:14). Causa perplexidade, mas afinal o que significa isso? Que no Reino de Deus não tem lugar para os sábios nem para os inteligentes? Se a pergunta fosse apresentada a Paulo, certamente ele responderia com o seu jeito peculiar – “Não, de maneira nenhuma.” Como Paulo não está mais entre nós, enfrentemos então o desafio de responder com a sabedoria da Escritura Sagrada.

Será que no Reino de Deus também não há lugar para os ricos? O que podemos responder se o próprio Jesus de Nazaré disse que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus.”? Assim como Paulo amplificou o texto de Isaías e da mesma forma como Jesus de Nazaré trouxe luz para muitos textos do Velho Testamento, podemos buscar orientação na Bíblia para alcançar a conclusão. No livro de Provérbios temos uma afirmação que estabelece limites e dá luz ao nosso pensamento: – “Não há sabedoria alguma, nem discernimento algum, nem plano algum que possa opor-se ao Senhor” (Pv. 21:30).

Se combinarmos esse texto com o texto da parábola do camelo e da agulha (Lc. 18:18-28), de fato podemos entender quão difícil é entrar no Reino de Deus para um sábio, inteligente ou rico, especialmente, aquele que confia ou deposita a confiança em seus atributos ou posses. No entanto, o próprio Jesus ensinou que o que é impossível para os homens é possível para Deus (Lc. 18:27), porque a salvação está ao alcance de todo aquele que crê no Salvador e quem crê no Salvador não deposita a sua confiança em inteligência, sabedoria ou riqueza. Quem crê em Jesus sabe que o pecador não tem mérito algum, pois depende inteiramente da graça e da misericórdia de Deus. Estes, vivem pela fé. Esperam e confiam, porque sabem que o cavalo se apronta para a batalha (com força, inteligência do dono e riqueza de armas), mas a vitória vem do Senhor (Pv. 21:31). São pobres em espírito porque não confiam na própria força, mas na força do Senhor. Sabem que o sucesso não pode ser determinado por inteligência, sabedoria, ou riqueza, porque “esperam no Senhor, renovam as suas forças, voam alto como águias, correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (Is. 40:31). No Reino de Deus tem lugar para ricos, inteligentes e sábios em contrição. E, bem-aventurados são os pobres em espírito, deles é o Reino dos céus (Mt. 5:3).

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este artigo: ALVARES, Amilton. RICOS, INTELIGENTES E SÁBIOS; E OS POBRES EM ESPÍRITO. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 030/2014, de 13/02/2014. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2014/02/13/ricos-inteligentes-e-sabios-e-os-pobres-em-espirito/ . Acesso em XX/XX/XX, às XX:XX.

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