Memória Notarial: a histórica escritura do Estádio do Parque Antarctica


  
 

Em 27 de abril de 1920, seis anos após a fundação da então Associação Sportiva Palestra Itália, o livro de número 67, folha 001 verso do 11º Tabelião de Notas de São Paulo registrou a Escriptura de Venda e Compra com Hypotheca do Parque Antarctica, primeiro estádio da hoje conhecida Sociedade Esportiva Palmeiras, nome que passaria a usar em 1942 em razão das perseguições à colônia italiana em razão da 2ª Guerra Mundial.

Compareceram na data acima citada, “como vendedora, a Companhia Antarctica Paulista, sociedade anonyma representada por seus diretores Conde Asdrubal A. do Nascimento e Adam Von Bulow, regularmente autorisados por Assembléia Geral, estes commerciantes; e, como compradora a Associação Sportiva ‘Palestra Itália’, representada por seus directores Menotti Falchi, Presidente, Eurico Belli, Secretário Geral em exercício e Luiz Izzo, Thesoureiro, em exercício, devidamente autorisados pelo Conselho Directivo”.

No documento há ainda as especificações: terreno situado à Avenida Água Branca, freguezia de São Geraldo das Perdizes, Districto de Santa Cecília, desta Cidade e Comarca, terreno esse que é destacado, com as seguintes confrontações: divide pela frente principal com a Avenida Água Branca, onde mede trezentos e dez (310) metros, mais ou menos, por um lado, onde tem cerca de cento e quatro (104) metros de extensão, com a Avenida Pompéia, pelos fundos, em linha quebrada, na extensão de seiscentos e trinta (630) metros approximadamente, com a Rua Turyassú, e afinal, na outra face, em linha irregular, com terrenos do Parque Antarctica, de propriedade da vendedora.

Entre as condições exigidas pela Companhia Antarctica Paulista ficaram consignadas a obrigatoriedade de o “stadium” estava situado junto ao Parque Antarctica, manter entrada específica aos usuários do referido Parque, não permitir “sob nenhuma hipótese” venda, distribuição ou anúncios de produtos similares aos fabricados pela vendedora e conceder ingressos livres aos diretores da empresa.

Dentro do “sobredito immovel”, havia um campo de football, archibancadas de madeira, um tanque, várias construcções ligeiras e mais benfeitorias. O valor da venda foi de quinhentos contos de réis (500:000$000), em cheque visado contra F. Matarazzo & Cª. Limitada, com metade sendo pago no ato e outras duas parcelas anuais de duzentos cento e vinte e cinco contos de réis.

Possui um documento notarial histórico? Envie para ascom@notariado.org.br.

Fonte: Colégio Notarial do Brasil/CF | 03/11/2016

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