OFICINA DO NOTARIADO JOVEM DEBATE DIREITO DE LAJE E USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL NA BAHIA

Evento promovido em parceria com o CNB/BA marcou o início da atuação do notariado jovem no Estado

Salvador (BA) – Com a participação de 103 pessoas, entre tabeliães, registradores, advogados e estudantes de Direito, foi realizado na última sexta-feira (01.12), a 1ª Edição da Oficina do Notariado Jovem da Bahia. O evento, realizado no auditório do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ/BA) na cidade de Salvador, foi promovido pelo Notariado Jovem do Brasil em parceria com o Colégio Notarial do Brasil – Seção Bahia (CNB/BA).

Coube a presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Bahia (CNB/BA), Emanuelle Fontes Ourives Perrotta, realizar a abertura da Oficina e fazer um breve resumo sobre a importância do evento e da participação institucional dos notários. “A razão do Notariado Jovem, órgão interligado e vinculado ao Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB-CF), é promover cursos e integração entre jovens notários e também dos mais antigos, mas, especificamente, a dos jovens notários”, disse.

Segundo a presidente, o evento visa agregar os jovens notários à atividade institucional. “Muitas vezes acreditamos que cuidar e administrar os cartórios e exercer a função de tabelião se restringe em estar presente no local. No entanto, a atividade institucional é muito importante, porque todos os provimentos, leis, e acontecimentos importantes de nossa profissão estão diretamente ligados ao exercício do trabalho institucional das entidades de classe”, explicou.

Também esteve prestigiando a inauguração do Notariado Jovem na Bahia, o vice-presidente do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB-CF), Filipe Andrade Lima Melo, que desejou boas vindas àqueles que estão ingressando na atividade notarial, além de destacar a importância da participação institucional e os desafios da atividade. “É uma atividade que têm desafios muito importantes a serem enfrentados do ponto de vista institucional, ou seja, é uma atividade que sofre constantemente pressões políticas e tem sofrido cada vez mais pressões, concorrências, especialmente, tendo em vista o desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.

Direito Real de Laje

Carolina Catizane, coordenadora do Notariado Jovem da Bahia, presidiu a 1ª mesa de debates sobre o tema Direito de Laje, tendo ao lado o tabelião Pedro Bezerra Fecundo e o juiz de Direito na Bahia, Pablo Stolze. “Tenho para mim que é dever nosso, enquanto delegatários, comentar o debate de temas relevantes à sociedade como o Direito de Laje e a Usucapião Administrativa”, enfatizou.

Em seguida, Pablo Stolze, iniciou a palestra “Direito de Laje” destacando que o desconhecimento do Direito Real de Laje é algo absolutamente natural e “tudo que é novo, desperta curiosidade, dúvida e esse é o caso do Direito Real de Laje”, afirmou. Segundo o juiz, sua meta foi e fazer um painel específico, técnico, apontar as características fundamentais do Direito de Laje e os aspectos práticos voltados à atividade notarial.

O Direito Real de Laje foi um assunto bastante difundido nas mídias baianas. A Medida Provisória nº 579, editada final de disciplina de 2016, convertida em Lei Federal nº 13.465 este ano, “além de disciplinar o Direito de Laje, trata do direito a propriedade em vários aspectos, por exemplo, consagrando um novo tipo de condomínio, o condomínio de lotes”, afirmou Stolze.

Outros dois aspectos abordados na palestra foram o fato de este direito ter um apelo social, voltado principalmente às pessoas humildes, que vivem em puxadinhos, e também sua possível aplicação em situações com pessoas de alto poder aquisitivo. “Existem condomínios luxuosos problemáticos em muitos pontos do Brasil”, comentou Stolze.

O juiz também explicou que há casos em que o puxadinho é uma acessão artificial, isto é, ocorre quando se realiza uma construção aumentando o volume do bem principal. “A laje é uma acessão, uma construção”, contou.

Ata Notarial e a Usucapião

Composta pelo registrador e professor Roberto Paulino, pela coordenadora do Notariado Jovem do Brasil, Débora Misquiati, e pela tabeliã Lianna Aras, a segunda mesa tratou do procedimento da Ata Notarial e do Notariado Jovem no mundo.

Durante a palestra, o registrador ressaltou a importância do papel do notário na usucapião no procedimento da ata. “É um papel central porque a ata da usucapião é o coração do procedimento da usucapião e a forma de prova da posse. Ela que irá conduzir o processo ao seu resultado positivo”, afirmou.

Paulino ainda destacou que, nesse sentido, as maiores dificuldades dos profissionais são as adaptações ao procedimento que é novo, complexo, sofisticado, e exige uma grande responsabilidade de notários e registradores.

O objetivo de sua palestra foi contextualizar o procedimento, explicar como funciona e seus pontos principais, tratar da ata como o ponto principal de sua fala. “O papel principal do notário na concretização da usucapião demonstra como ele é importante na produção de provas no direito brasileiro hoje”, disse.

O professor ainda explicou que a ata não serve, exclusivamente, ao procedimento extrajudicial, e que ela também pode ser buscada por advogado para via judicial.

O encerramento do segundo painel ficou a cargo da tabeliã e coordenadora do Notariado Jovem, Débora Misquiati, que falou sobre sua jornada como membro do Notariado Jovem e, posteriormente, como coordenadora.

No final de 2015, Débora recebeu, junto com Talita Seiscentos Baptista e Wendell Salomão, o convite para inaugurar e oficializar Notariado Jovem Brasil. “O Notariado Jovem já é realidade nos países da América do Sul e que influenciam o rumo da nossa atividade”, afirmou. “A nossa primeira importante conquista se deu no dia 28 de maio de 2016, quando passamos a integrar o Cone Sul, até então, composto por notários jovens da Argentina, Uruguai e Paraguai”, destacou.

A coordenadora mencionou que esse ano o órgão conseguiu adesão de alguns colégios estaduais, e também a promoção de oficinas individuais. Por fim, explicou a todos os presentes o objetivo do Notariado Jovem, que é promover a integração e o aprimoramento da atividade notarial entre jovens notários de 18 anos a 35 anos.

“Também buscamos integrar os jovens notários às politicas institucionais desenvolvidas pelos colégios notariais, além de incentivar e facilitar a participação ativa dos notários que atuarão no futuro da atividade nacional”, ressaltou. A coordenadora também destacou que irá realizar um Curso na Bahia em 2018 para todos os associados do CNB-CF ou CNB/BA.

O evento reuniu diversos notários do Estado da Bahia, dente eles o tabelião Rodrigo Garrido, titular do Tabelionato de Notas e Protesto de Caravelas. Para ele, a palestra é importante para mostrar conhecimentos necessários e técnicos. “É preciso atualizarmos para atender cada vez com mais qualidade os nossos cidadãos, e para termos segurança jurídica nos atos praticados”.

Já para Pedro Bezerra Facundo, que atuou como debatedor na primeira mesa, todo e qualquer evento em que notários e registradores se reúnem para discutir um assunto relativo à função notarial é importante. “Esse teve uma peculiaridade, por que estamos discutindo Direito de Laje que se relaciona a Direito a Moradias, e é um tema muito novo. Essa é uma vantagem para estarmos atualizados acerca de assuntos importantes para a sociedade para prestar um serviço cada vez melhor”.

Lianna Aras, debatedora da segunda mesa, disse estar feliz com o início dos trabalhos do Notariado Jovem na Bahia e que toda a comunidade notarial tem muito a ganhar.

Com o intuito de aprender mais, a tabeliã Grasiela Schomoller, titular do 2º Ofício de Notas da Comarca de Santo Antônio de Jesus, disse que o Direito de Laje é uma situação nova e muito pouco conhecida, “até por nós da área notarial e registral”, resumiu. “O Dr. Pablo conseguiu esclarecer muitas dúvidas em relação à aplicação desse Direito, assim poderemos orientar melhor a população”, elogiou.

Ao final de cada palestra, os palestrantes sortearam livros para os participantes.

Fonte: CNB/BA.

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Brasil e Rússia firmam Termo de Cooperação jurídica e idealizam BRICS notarial

Moscou (Rússia) – Finalizando os compromissos do notariado brasileiro em Moscou, os presidentes do Colégio Notarial do Brasil (CNB), Paulo Roberto Gaiger Ferreira, e o presidente da Câmara Federal dos Notários da Federação Russa, Konstantin Korsik, assinaram um Termo de Cooperação que guiará as atividades conjuntas que serão realizadas por ambos os notariados com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de cooperação jurídica entre os países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Para o Brasil é um grande marco termos firmado este convênio com o notariado russo e pensamos em colocar em prática o mais breve possível esta cooperação, com o objetivo principal de proporcionarmos um ambiente seguro aos investidores russos que queiram atuar no Brasil, assim como os brasileiros que forem investir na Rússia”, disse Gaiger Ferreira, que planeja para o início de 2017 um evento russo brasileiro no País.

O presidente russo expressou seu agradecimento pela participação do Brasil no Fórum dos BRICS e diz que planeja uma intensa cooperação com o objetivo de estreitar as relações entre os dois notariados. “O notariado russo é um notariado jovem, vamos completar 25 anos de nossa legislação, e há muito o que desenvolvermos em parceria com notariados com mais tempo de trabalho”, afirmou.

Além do evento no Brasil e da disponibilização de legislação entre os dois países para os notários de ambos os país, o próximo passo é envolver o notariado chinês nesta relação. “Temos uma grande força na Ásia com a adoção do notariado chinês ao modelo latino e creio que as forças dos BRICS podem ser ainda mais representadas com o envolvimento do notariado chinês”, disse.

Segundo o presidente da Academia Notarial Brasileira (ANB), Ubiratan Guimarães, que acompanhou a comitiva brasileira, o notariado brasileiro tem muito a aprender com as competências dos russos. “Principalmente na questão da constituição, alteração e extinção de pessoas jurídicas, e nas escrituras de bens móveis, que são atividades que pouco fazemos no Brasil e que podem ser incrementadas em razão desta parceria”, disse.

O acordo prevê expressamente a cooperação mais estreita em áreas do Direito, formação profissional e uso de escritura pública como instrumento do Estado, por meio da realização de seminários sobre assuntos jurídicos – de natureza pública, abertos para representantes de todas as profissões jurídicas, do mundo acadêmico e círculos políticos de ambos os países – e colaboração científica, com a tradução de obras e legislações entre os dois idiomas.

Fonte: CNB/CF | 04/12/2017.

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TJRO: Juízes de Rondônia já podem pesquisar registros civis online

Os magistrados de todo o Estado de Rondônia passaram a ter acesso à Central de Informações do Registro Civil (CRC-Jud) e podem pesquisar, diretamente em sistema online, registros de nascimentos, casamentos e óbitos, além de solicitar certidões necessárias para o andamento de processos.

“A Corregedoria já vem trabalhando algum tempo com a Associação dos Registradores Civis do Estado de Rondônia o acesso tecnológico das questões de registro civil por meio da CRC. Com a parceria, conseguimos uma importante ferramenta. O sistema  facilita e desburocratiza o acesso da Justiça a certidões de registro civil além de apresentar benefícios ecológicos e econômicos com a diminuição do uso de material desnecessário. Antes, quando havia alguma notícia de morte sem maiores detalhes, era necessário expedir vários ofícios para diferentes órgãos, o que, além de despender tempo da serventia judicial para confecção do ofício, também demandava tempo no aguardo da resposta. Desta forma, diminui-se a quantidade de papel (menos ofício expedido e menos ofício recebido), trazendo mais agilidade nos andamentos dos processos”, relata Áureo Virgílio Queiroz, juiz auxiliar da Corregedoria.

“Agora, do seu gabinete, com o acesso ao Sistema CRC Jud, um juiz criminal pode, por exemplo, solicitar a certidão de óbito para confirmar o falecimento do réu de um processo, extinguindo a ação penal sem necessidade de ofícios ou mandados às serventias extrajudiciais, agilizando o andamento de diversos processos. De igual forma, uma juíza de família, para pesquisar se a parte de um processo está interditada, pode utilizar a ferramenta e, com a certidão eletrônica em mãos, tomar as providências necessárias para o andamento do feito. Um juiz da Infância, que precisa saber se as crianças já têm prévio registro de nascimento ou se tem genitor declarado, pode consultar as informações diretamente no sistema”, completou o juiz Áureo.

A implantação da CRC-Jud no estado foi autorizada pelo Provimento 18/2017 da Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), e vem sendo alimentada pelos cartórios de todo país e, em breve, todos devem estar interligados.

Fonte: TJRO | 30/11/2017.

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