Pós-verdade e Verdade – Amilton Alvares


  
 

O departamento responsável por dicionários na Universidade de Oxford elegeu o adjetivo “pós-verdade” como a palavra do ano em 2016. Segundo Oxford, os fatos objetivos passaram a ter menor influência na formação da opinião pública do que os apelos à emoção e crenças pessoais. E nesse contexto ganhou força a expressão pós-verdade. Restou valorizada a versão do fato, que pode ter mais força de convencimento do que o próprio fato. E, no ranking da ignorância, onde predomina a percepção sobre o conhecimento da realidade, o Brasil tem lugar de destaque. Mas é superado pelos Estados Unidos, que elegeram o Presidente Donald Trump.

A rigor, o vocábulo pós-verdade expressa uma mentira que passa a ser aceita como verdade. Há de se reconhecer a força da manipulação que impõe o pós-verdade no mundo político e contemporâneo. Na internet, nas redes sociais, na publicidade, no marketing e no mundo dos negócios também sobra espaço para o pós-verdade se manifestar. Mas como não dá para enganar todo mundo o tempo todo, a verdade sempre acaba aparecendo. A verdade pode ser ofuscada temporariamente, mas no final sempre prevalecerá. Que o digam os antigos inquilinos do Palácio do Planalto, hoje enredados até o pescoço nas malhas da Justiça.

A verdade nunca perdeu da mentira, porque o triunfo da mentira é sempre transitório e passageiro. Com a verdade você vai até o fim do mundo, sem variações ou adaptações e sem passar vergonha. A verdade é o que é! Outra expressão de que nunca gostei é a palavra “meia-verdade”, que também expressa uma mentira. Agora, apesar da valorização do novo vocábulo por Oxford, não acredito que o pós-verdade tenha vida longa com a densidade que hoje lhe é atribuída. Vai passar como todo modismo e talvez caia no uso ordinário, como o da expressão meia-verdade. Enquanto isso a verdade permanecerá. E os entusiastas e defensores do “pós-verdade” jamais conseguirão alterar a essência e a natureza das coisas. Porque tucano não é pavão, urubu plana mas não é avião, despesa não é renda e morte não é vida. E é bom saber que a vida aqui é curta e a morte chegará para todos. E vida após a morte só está assegurada a quem confiar em Jesus Cristo, que ressuscitou dos mortos e promete vida eterna a quem nele crê e confessa o seu nome como Salvador. Isso também poderia ser lenda ou pós-verdade, mas ninguém conseguiu destruir essa verdade que se estabeleceu ao longo dos séculos, testemunhada por Paulo, Pedro, Thiago, João, Lucas, Marcos, Mateus, Moisés e os profetas. Guarde no coração estas palavras de Jesus de Nazaré: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8.32). Pós-verdade aprisiona por certo tempo; a verdade liberta para sempre. Há esperança na verdade. A verdade sempre será relevante. E prevalecerá!

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* O autor é Procurador da República aposentado, Oficial do 2º Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica da Comarca de São José dos Campos/SP, colaborador do Portal do Registro de Imóveis (www.PORTALdoRI.com.br) e colunista do Boletim Eletrônico, diário e gratuito, do Portal do RI.

Como citar este devocional: ALVARES, Amilton. PÓS-VERDADE E VERDADE. Boletim Eletrônico do Portal do RI nº. 043/2017, de 07/03/2017. Disponível em https://www.portaldori.com.br/2017/03/07/pos-verdade-e-verdade-amilton-alvares/

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Publicação: Portal do RI (Registro de Imóveis) | O Portal das informações notariais, registrais e imobiliárias!

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